Já fui casada com um e não sou amiga de ninguém que não desenrola meia hora de papo interessante. Olha que nem sou muito exigente com o editorial que a pessoa pode oferecer. Seja lá qual for o assunto, se não tiver uma parágrafo formado num diálogo, que conta sobre o dia frustrante ou que cortou o dedo enquanto picava cenoura, eu perco total interesse.
O silêncio de qualquer encontro me deixa invadida de ruídos na mente, incomodada como se tivessem várias abelhas zumbindo dentro do meu crânio, alguém precisa silenciar meu (in)consciente com algum papo que me tira desse tédio.
Fala alguma coisa, pô! Desenrola!
O que pode oferecer o homem que não cria conexão pelo diálogo? Nem sexo bom porque homem calado não lubrifica nem a alma, quem dirá a vulva. Fico sequinha diante de uma porta fria que é rodeada por um batente mediano.
Homens que não conversam é o gozo sem expressão, não mata a sede que esta cidade seca nos proporciona ao sair na rua por vinte minutos para qualquer trajeto. Não vale uma base da Virgínia que custou 200 reais sofridos e que ajudou ela comprar o avião para seu marido que faz rap duvidoso.
Será que o Zé Felipe tem assunto? Se for como ele compõe e canta, pode ser que ele seja daqueles homens que ficam o tempo todo se auto elogiando. Ou aqueles que ficam se auto admirando no espelho da academia ou do motel.
Tudo certo, eu sei que entrei em contradição agora, logo no começo eu disse que não me importava com o editorial oferecido nos diálogos, mas pera lá, é no diálogo, também, que dá para gente escolher se vai ou não dar uma boa oportunidade de perder tempo com alguém que seja capaz de humanamente ser humilde.
Sou exigente.
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