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O homem que mata macaco

O título tem o peso de uma tonelada de indignação, mas não foi criado para ser clickbait, e sim, para que a pessoa já começasse a ler com a mesma força do ódio que foi escrito. 

Eu nunca engoli este homem.

Meu radar para pessoas simpáticas demais, boazinhas demais, sorridentes demais o tempo todo, sempre apitou. Eu não acredito que é humano não sentir nem um pouquinho de angústia, raiva e indignação, mesmo quando o ambiente não permite que nós sejamos carregados de ódio.

Existe uma linha tênue entre não misturar o lado profissional com o pessoal, mas, como não ser nós mesmos mais de 10 horas por dia dentro de um mesmo ambiente?! É como o BBB, uma hora a gente vai vacilar, vai pegar o macarrão que caiu no ralo da pia, enquanto escorria a água, e colocar de volta na panela para todo mundo comer.*

Acontece que o homem que mata macaco não é o tipo de pessoa que faz cena não, todo aquele sorriso cristão, não faz questão de esconder a perversidade ao espalhar erroneamente que o mamífero traz doença. Ele não tem piedade nenhuma em jogar pedra no indefeso animal para vê-lo morto, como quem quer salvar a humanidade. 

O assassino de animais indefesos, não esconde o conforto que sente ao dizer de boca cheia de mentiras que o macaco é um animal que traz doença, e que a atitude dele, nas entrelinhas, soa como um ato heroico. Até parece que ele espera aplausos daqueles que, ao entorno, infantiliza dando doces e balinhas.

A última frase supracitada é mais um motivo para a gente levar para o psicanalista e tentar achar uma justificativa sobre um adulto que dá balinhas açucaradas para outros adultos. Oferecer bala de menta para quem tem bafo é até uma atitude gentil, mas, gominhas mastigáveis cheias daqueles branquinhos de açúcar, não passa de uma simbologia egoica de infantilizar pessoas adultas que ele tem vontade de manipular.

Freud explica.

O que acontece quando a gente chupa a balinha açucarada mas não se permite a manipulação do sorriso aberto e olhos cheios de brilho morto? Bom, aí tem que pagar para ver do que a pessoa é capaz, porque quem atira em macaco para matar, pode matar qualquer sonho e ainda sair sorrindo.

Em tempo, no ano de 2022 o mundo teve notícias que o vírus Monkeypox estava fazendo vítimas diagnosticadas com varíolas. O termo vulgar, varíola dos macacos, foi inclusive alterado porque algumas pessoas estavam matando mamíferos com o propósito de conter (?) a doença.

Muitas pessoas, com o mínimo de acesso à informação, descobrem que os macacos não trazem doença, com apenas uma simples pesquisa no site de buscas Google, ou lendo, ouvindo, assistindo meios de comunicação de grande porte para desmistificar toda essa patifaria.

Ainda que fosse verdade, não há motivos para sairmos por aí feitos RAMBOS, aniquilando tudo aquilo que pode ser um mal para a humanidade, afinal, se levarmos tudo à risca, não sobraria ninguém, inclusive, o homem que mata macaco.



* Fiuk derruba macarrão na pia e volta a cozinhar




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