Parece uma volta, mas não é. Eu vou fingir aqui que vou pegar firme no texto, mas meu diagnóstico em TDAH vai pregar mais uma peça em todos nós, eu não vou voltar certinho semanalmente, mas aqui estou eu depois de arquivar vários textos nos últimos anos por medo ou vergonha do pensamento alheio.
Desde o último texto, eu já fui do céu ao inferno 15 vezes. Se fosse para descrever sobre os últimos acontecimentos, eu precisaria de ajuda dos autores mais populares das novelas brasileiras. Daria uma trama de Glória Perez, com coisas absurdas que qualquer um diria que jamais aconteceria na vida real, com pausas em botecos tradicionais para dar um alívio cômico; Teria um pouco de enredo do Benedito Ruy Barbosa, que vai colocar um cenário bem interiorano de coisas conservadoras que tive que enfrentar; Na fase escrita por Gilberto Braga, cá estou eu enfrentando Odetes Roitmans com deboches da elite falsa moralista que encontrei por aí; Mas com certeza eu seria descrita como a vilã de João Emanuel Carneiro que tem o bem e o mal por dentro entrelaçado com paradoxo moral, vista por muitos uma anti heroína, principalmente na fase loira - ah, o autor adora vilãs loiras.
Mas a vida não é novela, a gente não pode definir o final a cada 220 capítulos. A gente não sabe nem quando pode ser o final de cada trama. Tive uma trama de 5 anos, que só por Deus, como eu gostaria de deletar dos arquivos de memória e não passar em nenhuma tela mais. Mas aí eu teria que apagar Caetano que chegou pouco mais de 2 anos e meio. Impossível apagar.
Talvez eu consiga fazer uma edição aqui, acolá e pronto. Nada como um blur na cara de desafetos. Assim, quando passar no Vale a Pena Ver de Novo, eu não preciso focar em rosto de pessoas que são narcisistas e que deixaram minha cozinha cheirando laranja podre caída no canto do armário há 3 meses. Estarei pronta para as cenas do Caetano sorrindo, andando, comendo e apaixonado por música e livros como a mamãe.
Ah, também teve os dias que fui evoluindo para uma alta hospitalar depois de 5 meses e 3 semanas internada após um acidente que sofri em 2017. Mas essa história eu prefiro nem lembrar mais. Tem muito peso e cheiro de enxofre.
Volta para 2022, eu na mesinha azul retrô, bem pequeninha, onde o meu notebook divide espaço apertado com alguns livros, antenas de TV, emaranhados de fios e o cartão de vacina do meu filho. É aqui ao som de muitos pássaros e maritaca, que volto para trazer diversos escritos sem ao menos saber se serão rotineiros ou se foi somente hoje que bateu uma inspiração muito forte porque estou me sentindo muito livre para me apaixonar toda semana, como nos velhos tempos. Quem lembra?
Meditação, novena, eucaristia, h'oponopono, 21 dias de arcanjo Miguel, Terapia, mantras holísticos, capoeira, incenso, vela de 7 dias, vela de 1,76 cm queimada no santuário de Aparecida, tambor, culto de libertação: absolutamente nada tira aquele sentimento por aquela pessoa que trouxe maldição em minha vida. Nada. Fui em busca de perdoar somente pela pressão da convenção social. Todos querem que nos nos livremos desse sentimento que não podemos nem mencionar sem que as pessoas expressem uma fisionomia previsível de espanto. É um tal de "perdoa porque vai te fazer bem" ou aquela conveniência de ter que perdoar porque a minha vida não vai andar para frente. Deus teria que ser muito sádico se Ele tivesse brincando de atrasar minha vida de mãe solo, sem rede de apoio e cansada, só porque eu estou validando o meu sentimento puro de ódio para com aquela pessoa que jogou terra na minha cara enquanto eu me apresentava vestida de vulnerabilidade. Eu aprendi t
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