Eu tinha 13 anos quando eu comecei escrever. Era em um caderno brochura. Era desamor.
Ele já tinha 19 anos e apaixonei pela sua voz que saía na caixa de som de uma rádio comunitária.
O conheci pessoalmente. Ele tinha um abraço macio, carregava ternura no olhar e a certeza que não podia me pertencer.
Me contentava em só vê-lo e derramar os lamentos escritos em versos.
8 de abril de dois mil e um (beijo). O céu chegara mais perto.
A banda preferida dele era Metallica e automaticamente passou a ser a minha também.
Não tinha telefone. Não sabia onde morava. Mas esperaria a vida inteira por ele, se não demorasse.
7 meses se passaram depois do nosso primeiro encontro no evento de rock "Metal Rebelion". Eu sabia que ele estaria lá no arena rock. Sim. Ele estava. O último beijo. E a certeza que jamais ficaríamos juntos.
Nunca mais o vi. Fiquei muitos anos sem ir a um evento de rock. Mudei de rumo. O tempo passou. Mas ele nunca morreu. Ele está eternizado em meus primeiros escritos.
13 de Março de 2015, dirigindo pela avenida movimentada, Metallica rolando bem alto no carro e parado no ponto de ônibus, ele, meio grisalho, cabelos longos e enrolados. A camisa de cor preta.
Não me contentei com a surpresa e a coincidência da música. Dei um grito: É ELE!
Se eu voltei? Não. A vida segue como fluxo da avenida em horário de pico.
Sexta-feira treze, eu vi um gato de preto, parecia azar, mas era amor.
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