A gente passa alguns momentos em nossa vida
procurando aquele homem que nos faça sentir menina no olhar e mulher na
atitude.
Passamos horas olhando para dentro e
procurando a melhor maneira de atrair aquilo que tanto buscamos.
Espontaneamente sempre damos o nosso melhor, usamos nossa
melhor roupa, nosso perfume mais caro, exibimos nosso charme na hora de receber
um beijo.
A gente se rende e troca as badalações do
sábado para escutar jazz ao lado dele, enquanto ele fuma e carinhosamente mexe
em nossos cabelos.
O mundo poderia parar naquele momento.
É inevitável, a gente se sente a mulher
mais especial. Carregamos o brilho no olhar até na hora que estamos fazendo
compras no Mercado, e parece que todos estão percebendo nosso sorriso bobo ao
ler a mensagem que ele mandou.
Saímos de casa após olhar três vezes no
espelho e só colocamos as pernas de fora, pra fora de casa, só se tivermos certeza que ele vai notar que estamos usando o brinco que
ele deu de presente.
É tudo tão leve.
Mas chega um momento em que somos deixadas
de lado. Ficamos remoendo de dúvidas sobre onde podemos ter errado.
“O que foi que falei?” “O que foi que fiz?”
(Ecoa estas perguntas sem respostas em um quarto gelado ao som da música da
Maysa).
Todo o encanto se perde e junto com ele a
certeza que não somos mais especiais. E temos que fingir que não nos importamos.
Que somos fortes e que vamos superar o ego ao descobrir que fomos substituídas.
É assim, o descarte humano cada vez mais
explícito em relacionamentos rápidos de corações sem compromisso.
Somos substituídas com frieza nos papos do
Whatsapp, não recebemos mais o like nas fotos, não somos mais enternecidas com
mensagens fofas de bom dia.
Somos deixadas de lado. E temos que mostrar
firmeza, postura e sorriso no rosto. E ninguém precisa saber que dormimos em
travesseiro molhado.
Finja, menina. Finja que está tudo bem e
que não se importa por não ser a bola especial da vez.
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