Crio uma birra daqueles homens que
acham que temos que estar sempre disponíveis. Me fecho, travo, cruzo os braços,
bato o pé e em alto e bom som, meu pensamento escandaliza: "NÃO QUERO
MAIS!"
Enquanto isso, o telefone celular toca até
cair a ligação. Com aquela cara de sarcástica, viro pra mim vitoriosa e com tom
mais ameno, meu pensamento satiriza: "se fodeu, babaca, não vou estar
disponível sempre que você quiser."
Mas, sempre tem aquela pessoa que vai
fazer a gente esperar o telefone tocar para atendermos na segunda
chamada.
Sim.
É aquele que deixamos voltar quantas vezes
for necessário. Em muitos momentos não esperamos, mas cá estamos, disponíveis para o
babaca mais lindo que você não vai ter como dizer não.
[Aperte o play enquanto você termina de
ler.]
Aí, com o sorriso no rosto e com o tom de
"nem esperava por você", se rende ao método da caradepauzisse, e logo diz aquele sim, já pensando no quanto você faz papel de idiota e
o quanto um dia vai se arrepender por isso, mas liga o foda-se para o
arrependimento futuro e mentalmente já escolhe qual roupa vai vestir.
Tudo se resume naquele momento, não importa
se amanhã o telefone não vai tocar, vale apenas o arrepio voluntário causado
pela respiração que está há poucos centímetros do seu rosto.
Vale cada toque que te paralisa, o arrepio
causado pelo abraço sincronizado, a sintonia quando a conversa dura horas. Vale
cada segundo que acaba o assunto e se entregam ao beijo longo.
Equalizam. Afinam. Tudo fica uma coisa só naquele calor humano. Ah, o calor.
Mesmo sabendo que não são namorados, você
se rende, fica bem à vontade e se comporta sem cerimônias. Você já conhece os trejeitos,
as piadas e a maneira previsível que ele vai se despedir daquele encontro.
Sabe que ele vai estar em outros braços,
com outras pessoas e mesmo tentando buscar alguém melhor que você, ele não vai
encontrar. Você sabe que ele vai voltar.
E ele sempre volta.
Comentários
Bjs Cris!
Letícia Alvim
Beijos
beijos
obrigada pela visita.
Sempre tem. Sempre vai ter. Mas o arrependimento pode parar de ser pra sempre.
Ótima leitura, Cris ;)