Pular para o conteúdo principal

Aprendendo Com Amor

É aquela velha historia de que não podemos ser muito sentimentalistas, não devemos expor nossos sentimentos.

Há alguns meses eu conheci uma pessoa incrível, pessoa que eu gostava de estar junto, alguém que eu queria compartilhar o resto da minha vida, os pensamentos batiam a felicidade era constante enquanto estávamos juntos e quando estávamos separados a vontade de estar junto predominava.

Quanto mais os dias iam passando mais crescia um sentimento que eu não sabia denominar, e por diversas vezes eu quis dizer “eu te amo”, porém, como um homem orgulhoso que sou nunca disse, afinal, expor os sentimentos pode fazer o relacionamento desandar e eu gostava tanto de tudo que estava acontecendo que nunca quis por tudo a perder.

Por diversas vezes fui duro, disse “não” quando minha vontade era dizer “sim”, me preocupei com o que as pessoas iam dizer, queria evitar algumas coisas.
Por uma semana eu fui convidado para ir a uma festa, neguei veemente por mais que eu queria estar, mas não queria dar o braço a torcer de que estava amando dessa forma, a ponto de largar tudo e correr para os braços.

No dia dessa festa por volta das 22:00 horas eu recebi uma ligação em que ele me disse: “gostaria muito que você estivesse aqui, estou morrendo de saudades”, eu, duro como sempre e com a certeza de que nos veríamos na próxima semana respondi apenas: “também estou com saudade, mas nos veremos na quarta-feira”. Bom, no sábado me diverti com amigos, ri, bebei e brinquei, mas pensei nele a noite toda, a saudade era grande.
Quando foi no domingo eu retornei uma ligação dele por volta das 18:00 horas, esta ligação não foi atendida, porém, mais tarde eu recebi uma ligação com a noticia de que as 15:30 ele havia falecido, um infarto fulminante.  Naquele momento eu fiquei sem reação, não acreditava no que acabara de ouvir, a ficha não caiu. Afinal, ele tinha apenas 29 anos, era saudável, como isso poderia ter acontecido?

Hoje não faz uma semana do acontecimento, e até agora eu não consigo acreditar, choro quando lembro dele, me revolto, me revolto por ele ter sido tirado da minha vida de uma maneira tão sem sentido, só sei que queria ele aqui comigo, queria poder ter a oportunidade de dizer: “Eu te amo”, como muitas vezes tive oportunidade e não disse.

Ele me deixou, além da saudade, muitos ensinamentos, porém, acho que o maior foi não guardar os meus sentimentos e não ter medo de ir atrás de quem realmente importa.

Estou vivendo esperando o dia em que vamos nos encontrar, porque eu sei que cedo ou tarde isso vai acontecer.
A.M.


O Palavras entre Audácias entra com uma nova série. O texto acima é uma colaboração de um autor muito especial.  
Quer participar? Entre em contato aqui

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

5 Sinais que você está correndo atrás

Ter atitude não é correr atrás. Já começo a dica de hoje dando um puxão de orelha para os orgulhosos de plantão. Talvez é preciso equilibrar o quanto você pode agir com o "não correr mais atrás".  Aqui vai alguns sinais que indicam que você passou dos limites do "lutar pelo que quer". Talvez você esteja dando murro em ponta de faca e é preciso mudar o foco. Bora lá? 1) Mandar mensagem de bom dia, TODO DIA! A pessoa por mais tímida que seja, quando tem interesse ela vai demonstrar mesmo em gestos pequenos, como por exemplo, ter a iniciativa de mandar uma mensagem, mesmo vez ou outra. Se você está tomando essa iniciativa todos os dias via chat, SMS, Whatsapp ou sinal de fumaça, dê uma segurada. A pessoa fica acomodada demais e não vai fazer um esforço qualquer para tentar te conquistar. Sim, ele precisa te conquistar. 2) Adicionar a pessoa em todas as redes sociais. Você acabou de conhecer o gato e já pediu para adicionar no Facebook, seguir no In...

O homem que mata macaco

O título tem o peso de uma tonelada de indignação, mas não foi criado para ser clickbait , e sim, para que a pessoa já começasse a ler com a mesma força do ódio que foi escrito.  Eu nunca engoli este homem. Meu radar para pessoas simpáticas demais, boazinhas demais, sorridentes demais o tempo todo, sempre apitou. Eu não acredito que é humano não sentir nem um pouquinho de angústia, raiva e indignação, mesmo quando o ambiente não permite que nós sejamos carregados de ódio. Existe uma linha tênue entre não misturar o lado profissional com o pessoal, mas, como não ser nós mesmos mais de 10 horas por dia dentro de um mesmo ambiente?! É como o BBB, uma hora a gente vai vacilar, vai pegar o macarrão que caiu no ralo da pia, enquanto escorria a água, e colocar de volta na panela para todo mundo comer.* Acontece que o homem que mata macaco não é o tipo de pessoa que faz cena não, todo aquele sorriso cristão, não faz questão de esconder a perversidade ao espalhar erroneamente que o mamífero...

Eu não sou o amor da vida de ninguém

 Não fui escolhida para ser par na festa junina. Quando sobrou eu e o menino mais rejeitado e bagunceiro da turma, as professoras imediatamente "formaram o par" que ia dar os canos no dia da apresentação, que seria num sábado encalorado de um  inverno. Eu tinha 8 anos. Também não fui a primeira melhor amiga da minha primeira melhor amiga, nesta mesma idade. E só descobri isso 25 anos depois quando ela postou no Instagram a foto da primeira melhor amiga dela de infância e não era eu. Deixei de ser a filha preferida quando o filho homem desejado finalmente chegou após 6 anos da minha existência, eu perdi a preferência, os brinquedos de sexta-feira e a festa de aniversário que fora divida por uns 5 anos seguidos até eu abrir mão de vez de comemorar. Eu também não fui a neta favorita, nem a sobrinha favorita. Colecionei poucos amigos e na educação física eu também não era a líder da turma. Eu nunca cheguei perto de ganhar uma eleição de representante de sala da turma que eu frequ...