Aquele casal que sentara no centro do templo, de frente para o altar, não trocavam palavras, mas se declaravam o tempo todo.
Ele, vestido de camisa azul e listras brancas, calça clara e cabelo raspado, segurava com aquelas mãos grossas de homem trabalhador braçal, a mão de sua companheira. E naquele momento uma dança sincronizada era apresentada entre aqueles dedos. Uma mistura de rústico com delicadeza da moça. O casal aparentava ter menos de trinta anos.
Ela, com camisa branca soltinha, carregava em seu braço um delicado ser humano recém-chegado ao mundo. Esse mini ser humano não tinha cinquenta centímetros, mal emitia ruídos, apenas movimentos delicados de suas mãos ainda meio enrugadas. E naquele colo, ele fazia de ventre, se encolhia.
Moça com tiara de flor delicada na cabeça, exalava calma em todos os seus gestos, e ao passar o mini humano para o colo do seu amado, era possível observar os olhos brilhando daquele pai apaixonado. Ele não dizia nada, apenas contemplava a miniatura humana.
O silêncio daquela família jovem, gritava amores aos quatro cantos. Ali Deus habitou e fez soar sinos e arpas de amor fraternal. Eles se olhavam nos olhos. E foram embora em silêncio.
Isso é de Deus.
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