Eu abomino carência. Não suporto demonstrações públicas de quem precisa urgentemente de alguém. Isso mostra um certo desespero e medo da solidão. E eu sempre levantei a bandeira da autossuficiência.
Acredito que a felicidade que tanto buscamos nas pessoas, na verdade está em nós mesmos. E deveríamos compartilhar nossos melhores momentos da vida com aqueles que vêm para completar aquilo que já está muito bom.
Só é possível ser feliz com alguém quando já estamos felizes com nós mesmos.
Mas de tanto nos fazermos de forte e autossuficientes, mergulhamos em um orgulho desnecessário. E hoje grito calada entre palavras: quero colo.
Já cuidei de tantas pessoas, dei ouvidos para tantos ombros e chega uma hora que sentimos falta de apenas um "como foi seu dia?" ou "como você está?".
Mesmo sendo forte, não dá para manter no "salto fino quinze" todo o tempo. Os pés cansam do mesmo jeito que nossa necessidade de cuidado fala alto.
Ai, o jeito é se entregar às palavras desenfreadas, e escrever sobre a necessidade de um colo e um ombro amigo. Aquele ombro que sempre disponibilizei para todos os amigos e desconhecidos.
Está tudo bem. Só quero colo.
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