É mulher, é menina

Ela sobe no salto, ela é poderosa, é cheirosa e sabe o que quer. Não tem medo do trabalho, já fugiu da dieta, já ficou de pileque com dois copos de vinho. 

Já levou fora de uma grande paixão e não foi correspondida na paquera da balada, mas foi muito amada e recebe muitos elogios e propostas de relacionamento. 

Ela é baixa, alta, ela é mulher. Gosta dos perfumes suaves e marcantes, para na frente de todos os espelhos para ajeitar o cabelo, ela é magra, talvez não, mas se ama apesar das crises de histeria por não conseguir emagrecer os 2 ou 10 quilos que acha que precisa. 

Mas ela está na balada, cheia de pose, cheia de graça, retoca o batom, nunca de cara lavada, é ousada, sorri pouco ou dá gargalhada. No fim da noite vai pra casa chorando ou vai encontrar o paquera, liga o som do carro e canta com os vidros abertos, dorme no colo da amiga e muitas vezes carrega os amigos nos ombros.

Ela é mulher, ela é a composição da música, é a desesperada por uma unha quebrada e a desencanada com roupas da moda.

Ela tem TPM, come doces ou massas, morre de remorso pelos sorvetes com chantilly, festeja os quilos perdidos e faz promessas de segunda-feira pelos trezentos gramas ganhados.

Tem pavor de casamento, ela já viu revista de noivas, já escolheu o canto para entrar na igreja e já fez pacto com a amiga para morar juntas para sempre.

Ela é mulher e tão menina, é brava e tão doce... Delicada e tão desastrada... 

É o desejo dos homens, o sonhos dos meninos, a esposa do futuro, a eterna namorada. Ele quer, ela não, ele pede, ela foge. Ela ama, não é amada. Ela é feliz por ter alguém. E por todos os defeitos, por todas as birras, ela é encantada.

É fada, é bruxa, mas ela é mulher... Todos a querem, e o homem que a ama, ama do jeito que é.

(E ele cutuca os amigos e diz: "É ela".)