Tem horas que não dá mesmo para conter os lamentos.
Há momentos que não adianta mascarar a tristeza sorrindo, e nem guardar para si os medos, os anseios e as dúvidas que nos afligem. Tem momentos que a amargura que guardamos para nós transparece em nosso semblante sem controle próprio.
Aí nós desabafamos com amigos ou desatamos a chorar no chuveiro ou até mesmo na cama quente. O choro que muitas vezes lava a alma, os olhos ou até mesmo alivia por alguns momentos é natural de qualquer ser, independente de gênero.
Ainda lembro, como se fosse ontem, da frase que o Mario Covas disse quatro meses antes de seu falecimento:
"Mas, afinal, fora o fato de chorar qual é a outra forma mais digna de demonstrar os seus sentimentos?"
Essas palavras ditas em uma tarde, fez com que eu (aos 12 anos) me sensibilizasse e refletisse pela primeira vez, ao ver em uma figura pública, a humanidade e transparência de um ser humano quando tem vontade de chorar e não consegue conter. Aprendi que não é preciso ter vergonha de chorar.
Mas depois do lamento vem sempre um abraço ou até mesmo o conforto de dormirmos depois do choro. A fé tem que prevalecer. Não podemos viver só de lamentos, embora seja inevitável esconder sempre o que nos magoa. Mas depois a chuva passa, até o Dilúvio teve fim, e ao amanhecer olhe bem para o sol, olhe bem para o céu. Ainda é possível encontrar o arco-íris e escutar os cantos dos pássaros!
Não podemos perder a sensibilidade para coisas boas...
Tudo passa...
Já está passando.
Comentários
Beijo, coisa querida.
Por muito tempo, quando era novinha, não chorava...
Depois que comecei, ah! Não parei mais... choro quando estou alegre, quando estou triste... toda vez que tenho vontade...
É isso ai!
Beijo