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Mostrando postagens de dezembro, 2013

O Pôr-Do-Sol de Novembro de 2009

"Ele chegou." Murmurei com as amigas naquele por-do-sol daquela cidade pequena e quente do interior. Então, eu percebi que ele sorri enquanto olha para baixo e depois fecha os olhos. Meio tímido, mas tão educadamente lindo.  Esconde segredos por debaixo daquele humor, e como feriado, passou rápido demais, ficou pouco. Foi embora, tão tímido, e deixou o sorrir, tão lindo. Instigou meus desejos mais ocultos.  Fechou a porta do carro, e em quilometragem lenta, deixou para trás toda uma bagunça: vaso fora do lugar, tapete com a ponta virada, copos diferentes espalhados pela prateleira. Aquela bagunça organizada. Qualquer semelhança que ele fez com o meu coração não é coincidência.  E tive vivido. E tenho vivido. 

O Circo

Tudo estava em perfeita harmonia naquela tarde cinzenta, o café estava só um pouco açucarado, quente e feito no tradicional coador de pano. A gente não fazia planos longos, só tínhamos certeza que naquela noite iríamos ao circo. Como se fôssemos dois adolescentes, estávamos ansiosos para aquele espetáculo. Gostava do jeito que ele arrumava o cabelo, mesmo que ele penteasse com todo cuidado em frente ao espelho por uns dez minutos, bastava uma pequena brisa para despenteá-lo, e, quando isso acontecia, eu sorria e abaixava os olhos, com medo que ele me repreendesse e ficasse triste. Sua vaidade me enchia de orgulho, além disso, tão autossuficiente a ponto de recusar a minha ajuda para passar sua camiseta predileta do Ramones.  Enquanto me maquiava no quarto dele, ele cantarolava no banheiro "It's my life" do Bon Jovi, tão menino e tão engraçado que me tirava gargalhadas com o improviso do seu inglês. Mas era tão doce, beijava minha testa toda vez que estávamos