O clima fica pesado, a energia é sugada visivelmente, o sono bate, os olhos fecham. Não é possível controlar mais essa tensão. Bocejos. O texto é meu, a ideia minha, foi feito, foi escrito, foi levemente copiado. As frases são minhas, os bordões são meus, foi dito por mim, por outra foi levemente falado. Não tinha ideia e nem rumo, não tinha sorriso espontâneo. Vivia outra vibe, outros rumos, outras visões. Escolheu minha profissão, minha formação e a vida que eu planejei. Assustei. "Coincidência", cheguei a pensar. Mas com olhar de coruja fui além, bisbilhotei e encontrei mais. Obsessão por coisa alheia. Marido, noivo, namorado. Para! Desci, troquei a rua, só não mudei de nome. Precisava me disfarçar. Precisei esconder de mim, ser outro alguém para que espantasse a sombra. Corri, me perdi, gritava socorro calada! Fiquei sem reação. "Tirem daí, essa sou eu, não é ela. Sou eu! Acordem", eu gritava com os olhos. Desisti. Sai à francesa . Escon